"O crime tem um novo inimigo" |
Fui eu outro dia com meu companheiro de cinema, o distinto cavaleiro Sr Victor Hugo (meu filho e não o escritor) assistirmos ao remake de Robocop, dirigido por José Padilha (Tropa de elite 1 e 2).
Padilha mostrou uma narrativa consistente com o estilo holywoodiano em seus dois excelentes filmes, todavia parecer hollywood e fazer em hollywood são duas coisas bem diferentes, e um remake de robocop, um sucesso com duas continuações, serie animada, hqs e serie de tv não é pouca responsabilidade não. Duvidei da habilidade dele para conduzir o filme, ate porque, baseado no original, fugia e muito da temática do filme os temas por Padilha apresentados em seus filmes. Porém, me surpreendi.
Sendo sincero achei que seria uma bosta o filme, mas pra começar, o Robocop, o tema do filme é outro daquele apresentado há anos atrás por Paul Vehoven (Vingador do futuro, Instinto Selvagem, Tropas estrelares e....Showgirl (??)). Naquele, Robocop é o policial do futuro, "meio homem meio máquina". Um homem é usado para dar razão e coinsciencia a uma arma cuja inteligencia artificial era precária e de acoes descompensadas, simplesmente sem senso de julgamento e sem controle total do homem sobre ela. O curioso é que no novo Robocop ocorre inversão de valores, o que é totalmente controlado e com capacidade de decisões precisas é o problema, e o Robocop com senso de julgamento não é bem vista pelos seus criadores. E o Robocop, original, é um ser que tenta descobrir/lembrar o que ou quem é num conflito entre ser uma maquina, um eletrodoméstico a serviço da empresa que o criou regido pelas diretrizes implantadas por esta em seu sistema, e ser Alex Murphy, policial assassinado em cumprimento do dever, que perdeu mulher e filho por acreditarem que estava morto.
Robocop original é um herói basicamente, um super-herói.
É o fodão a prova de balas, com mira de Chuck Norris, que se move em câmera lenta justamente porque ele não precisa se preocupar em se desviar de balas, misseis, nem porra nenhuma. Eu gostava muito dessa estética do Robocop original. Casava bem com a ideia que o roteiro propõe e a visão de um robô nos anos 80: eles são pesados e pouco ageis. Mas o que faltava de agilidade sobrava de precisão matemática e tecnologia para auxilia-lo a com bater o crime.
A direção usou o jornalismo televisivo para ambientar rapidamente o espectador no mundo de Robocop (técnica copiada por muitos da grafic novel O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller). O lado humano do Robocop original é retratado na relação com a parceira de Alex, a Lewis. Ela mantem a relação de parceria embora Alex e ela só sejam parceiros por um dia, já que ele morre no primeiro dia na nova delegacia. Tipico furo de roteiro dos anos 80. Assim como ele ir parar justamente na antiga DP onde trabalhava. Essa incrível coincidencia fez com que ele e a Lewis pudessem se reencontrar.
Pra você ver como o universo conspira a seu favor....
Em Robocop original o tema é bem simples. Ou exposto/explorado de maneira simples.
É um filme de ação. Ponto.
Tem elementos a ser refletir mas são basicamente simples as questões levantadas. Sempre gostei de Robocop porque, apesar de simples eram questões nunca pensadas. Afinal, botar uma maquina num homem (porque é isso o que acontece no filme. A maquina é para sobrepor o homem. Só com o tempo Alex se sobrepõe a maquina indo contra vontade de seus criadores) era algo nunca imaginado no cinema. Não que eu saiba pelo menos.
Já no novo, o caminho é inverso....
Ed-209 versão original |
"Parte homem, parte maquina, todo policial. Robocop - O policial do futuro" |
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