terça-feira, 27 de outubro de 2020

O Dia dos Mortos - Filosófico e Contemporâneo


           Já havia comentado sobre "A Noite dos Mortos-Vivos" aqui no blog e como ele revolucionou o terror trazendo um novo monstro para as telas. George Romero criava um terror inovador de certa forma ao tratar de questões sociais disfarçadas em seu filme. Uma década mais tarde ele retorna ao tema com o "O Despertar dos Mortos" (Dawn of the Dead) buscando novamente mostrar a sociedade da época que em sua essência, segundo o filme, era meramente consumista. A postura individualista e diferentes formas de lidar com uma calamidade são retratadas no filme, mas a ganancia consumista é o grande motivador daquela sociedade. Muito mais poderoso sobre suas ações do que a ideia de sobrevivência.

          Dizer que o filme é ruim seria uma idiotice da minha parte. Todavia, diferente de seu antecessor, ele não traz nada de realmente novo. Apenas a questão de como a sociedade evoluiu de uma década para outra. De resto os elementos são os mesmos. De modo que, se não fosse de Romero, seria apenas mais um bom filme de zumbis na minha concepção.

          Já Dia dos Mortos (Day of Dead) traz uma proposta diferente. Ambientado como se fosse uma espécie de evolução no quadro da questão dos mortos vivos povoando a Terra, Dia dos Mortos apresenta um grupo de civis e militares que atuam juntos em uma base que serve de abrigo para eles enquanto tentam descobrir uma cura ou vacina contra o mal dos zumbis. É interessante ressaltar que nesses dias de confinamento e incerteza por causa do Corona, podemos sentir na pele a pressão que os personagens estão submetidos. 

          Nós praticamente somos os personagens.

      Dessa vez Romero não tenta retratar a sociedade em si, mas antes retratar o homem si. Filosofa ao comparar a mentalidade dos mortos com o desenvolvimento social e comportamental do ser humano. Esse questionamento nos faz repensar não tanto os mortos vivos (porque eles não existem), mas a nós mesmos.

          O que somos?

          E porque somos como somos?

          Na tentativa de dar humanidade aos mortos-vivos, Romero (de tal forma como anteriormente) nos aproxima deles. Que linha tênue nos separa dos monstros (no filme). Seriam os monstros mais complexos do que imaginamos, ou somos nós mais simples do que acreditamos ser? Por refletir de modo tão adverso os seus próprios monstros, Romero, para mim, acerta em cheio ao fazer um filme sobre zumbis, tornando-se bem mais interessante do que antecessor.

          O roteiro é a grande estrela nesse filme, onde as tensões entre os dois grupo são brilhantemente criadas a partir de 3 pontos de vista distintos: os militares, os civis e o cientista maluco. Ficamos a mercê de Romero sem saber exatamente a quem dar a razão em suas ações; sem saber dizer quem está certo ou errado. Pois a todo momento isso é questionado e confrontado. E no final talvez ninguém esteja totalmente certo e nem totalmente errado.


          Cabe mencionar que, apesar dele manter a mesmíssima ideia de elenco anteriores: A mocinha é branca, o herói é negro, personagens paisagens e vilões brancos, dessa vez a mocinha não é uma pateta como anteriormente. Antes ela divide e até rouba o papel de heroína no filme. Outra inovação no conceito "Romero" que creio deve ter sido devido a influencias dos filmes splatters dos anos 70/80. Mas que funcionou muito bem, já que geralmente nesses filmes elas são as loucas que ficam berrando enquanto correm, coisa que aqui, não acontece.

          Dia dos Mortos ainda se mantem como um bom filme de zumbis que não envelheceu. Suas complexas reflexões e interações o mantem bem a frente de muitos filmes atuais valendo a pena ser conferido com esse olhar menos "fã zombie" e mais intelectual.


















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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Um Contratempo

 


          Há muito tempo eu não via um filme de suspense tão bom.


          Indicado por alguma lista de filmes dessas que passam pela gente no face, Um Contratempo (Contratiempo) tem tudo aquilo que um bom filme do gênero deve ou deveria ter: Um bom e inteligente roteiro. Ele é a alma do filme.

          Partindo de uma situação aparentemente simples e misteriosa, ele vai desdobrando essa historia e criando tramas em cima das tramas de modo simples e funcional sem deixar o espectador confuso. Ele não é rápido, apressado; ele é apenas lógico. Deixa na sua mão todas as pistas para montar a imagem final desse quebra-cabeça, cujo o mistério, não existe. O mistério é apenas saber qual a verdade por trás das mentiras.

          Oriol Paulo assina o roteiro e a direção dessa obra. O que não me surpreende, pois a direção atua de forma simples tanto para apresentar a historia quanto na direção de atuação, deixando que a historia em si seja a grande protagonista. Tudo o que ele precisou fazer foi saber dar ênfase nos pontos que distraem o espectador dos detalhes e dê foque no todo, no enredo principal. Naquilo que para nós, está na superfície.

          Os mais "detetives" provavelmente irão sacar o esquema antes do gran finale (eu saquei quando ela confronta ele depois de olhar pela janela. Um pouco tarde, eu acho), pois como eu disse, todas as pistas estão na nossa cara, mas isso não tira o mérito do filme. Só mostra o quão honesto ele pode ser sem ser tolo, bobo, ou mesmo, previsível . 

          As atuações são simplistas, soando quase apáticas, meio bobas as vezes, mas eu vejo isso como proposital. Porém são todas boas por conseguirem passar essa intenção da direção. Destaque principal para as atrizes que fazem a mãe e a advogada. É inquestionável que elas são as melhores em cena, justamente por transmitirem tão bem as intenções do diretor.

          Boa fotografia, que ajuda a criar um clima solido de um enredo de suspense. Sem exageros, mas bastante presente.

          Um contratempo é um daqueles filmes que vale a pena conferir até mesmo por quem não curte muito o gênero "parado". Uma ótima pedida que se encontra atualmente no Netflix.


          "Toda historia tem duas caras.
            A verdade, só uma"












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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Heróis da Guitarra - Eddie Van Halen

 


          Eu tinha planos para postar sobre outros heróis, mas infelizmente hoje chega essa triste noticia que não poderia passar em branco.

          Esse grande herói da garota de seis cordas nos deixou hoje.

          Nascido em Nijmegen, Países Baixos, Edward Lodewijk Van Halen, filho de músico, aprendeu junto com o irmão a tocar piano desde cedo. Porém ambos não se interessavam pelo instrumento e acabaram mudando: o irmão foi para a guitarra; Eddie, para a bateria.

          Somente após perceber que seu irmão possuía uma habilidade incrível com a batera (que tocava escondido de Eddie) é que ele resolveu então trocar também. 

          E iniciava assim a ascensão de um dos maiores guitarristas da historia.


          Eleito o melhor guitarrista de todos os tempos por votação e o 8º melhor pela Rolling Stones, Van Halen iniciou sua carreira profissional junto ao irmão numa banda na California (a família se mudara para os EUA quando os dois ainda eram crianças). Junto de David Lee Roth (vocais) e Michael Anthony (baixo), formavam a banda Van Halen, tocando covers em bares e ganhando notoriedade por onde passavam. Acabaram chamando a atenção de Gene Simmons (Kiss) e do produtor Ted Templeman que os contratou e em 78 lançaram seu primeiro álbum "Van Halen".







          E então a carreira da banda deslanchou. Gravando diversos álbuns nos anos seguintes e sendo Van Halen convidado até para participar da musica "Beat It" do Michael Jackson, criando assim um dos solos mais conhecidos de todos os tempos.








          Van Halen faleceu devido a um câncer de garganta que ele enfrentava há anos devido ao cigarro.
O câncer o tirou de nós, mas suas musicas e seu legado ficarão conosco para sempre.







Jump




Why Can't This Be Love




Can't Stop Lovin' You




When it's Love (live)




Right Now




Beat It




Eruption











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Musica da Semana - A Isso Chamam Blues




          Chegamos ao ultimo da lista dos álbuns que mais me influenciaram.

          Postagem 10/10 - A Isso Chamam Blues, I Believe In Blues.

          I Believe In Blues no caso é uma fita que meu amigo Ivan, o mesmo que me mencionei do álbum do Steve Vai e que escreveu a postagem sobre Celso Blues Boy em seu falecimento, gravou para mim com músicas de blues nacional. Isso lá pelos anos de 98/99. Nunca havia caído em meu ouvido blues que não fosse em trilha sonora de filme, ainda mais blues brazuca. Era uma fita magnifica que abriu e expandiu meus ouvidos para estilos novos, me influenciou a querer conhecer mais de musica e buscar mais sobre nossos artistas.

          Tamanha influencia não poderia ficar restria a apenas uma única musica, por isso buqsquei trazer todas. O problema era: Eu perdi a fita.

          Mais tarde em tempos de Mp3, não cabia mais levar seu walkman com a mochila cheias de fitas quando se podia usar um minúsculo aparelho com com 100 musicas dentro. Ela então ficou esquecida e desapareceu da casa dos meus pais quando eles arrumaram as bagunças depois que os filhos saíram de casa, e acabaram jogando muita coisa fora. De modo que, trazer as musicas que tinham nela sem saber exatamente quais eram ou de quem eram, foi tarefa meio complicada, porque entendam, ele só gravou a fita e botou um nome nela. 

          E mais nada. 

          Eu não fazia ideia de quem era quem naquela fita. O Boy era relativamente fácil, obvio que tinha que estar lá. 

          Mas e o resto?

          Nas semanas que desde que comecei as postagens passei a buscar as musicas e as respectivas versões. O que não era fácil. Música de um show ao vivo aqui, outra musica de um show ao vivo ali... E como nem o nome certo eu sabia (ou lembrava), buscava por trechos da letra. Não preciso dizer o quão nostálgico foi isso...heheheh

          Um grande prazer relembrar e ouvir novamente essas pérolas musicais.

          Espero que gostem delas tanto quanto eu gostei.

          PS: para quem estiver se perguntando sobre a imagem da fita na postagem, eu tive que fazer no photoshop o nome como em caneta na foto de uma fita. Por isso não está tão realista, não achei que isso era o mais importante para dar maior esmero. Creio que o principal é o conteúdo dela.




A Isso Chamam Blues



Sempre brilhará
Amor Vazio
Brilho da Noite

No vídeo acima encontram-se as 3 musicas. 
É só abrir no you tube que na descrição estão separadas onde começam cada musica do disco. 




Rock fora da lei




Blues Motel




Fumando na Escuridão




Mississipi




Terceiro Whisky 




O Louco da Cidade 




Canceriano Sem Lar 



O Sol Também Me Levanta 





Genuíno Pedaço do Cristo  



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