Passeando por aqui e ali na net, encontrei o trabalho desse artista plástico de Seattle que gosta de usar esferográficas como instrumento de trabalho e aplicar um pouco de manipulação digital nas imagens criadas para dar efeito 3D em gifs criados a partir das imagens. O resultado é muito legal. Blog do artista: http://dainfagerholm.blogspot.com.br/
Dentre os animes mais interessantes (e geralmente eles são no mínimo interessantes) está aquele que eu considero o clássico dos clássicos, aquele que escancarou as portas do mundo para as animações japonesas: Akira. O nome forte já aguça a imaginação, não?
Bem, aguçou a minha. Eu devia ter apenas uns 7 ou 8 anos quando eu vi um comercial do longa na TV. Lembro apenas que era uma sequência rápida de imagens do filme com um homem dizendo: "Se você acha que desenho é coisa de criança, você ainda não viu.... ...Akira!" E finalizava com um motoqueiro deslizando sua moto de lado no meio da rua. Pronto. Tesão imediato em ver o filme. Porém, aquele comercial foi visto pelos meus olhos apenas uma, talvez duas vezes. Nem sabia se era no cinema que estava passando ou se era para alugar na locadora. Sabia apenas que aquele filme devia ser foda. Comentei com um colega da mesma idade e ele me disse que Akira era uma revistinha e não um desenho. Não entendi nada, afinal ele disse que um primo comprava as revistas e tudo, mas eu tinha certeza de eu ouvi a palavra "desenho" no comercial. A dúvida ficou e o tempo passou, levei quase 9 anos para ouvir falar em Akira novamente. Um colega de sala com quem eu voltava de ônibus as vezes, um dia disse que iria alugar Akira na locadora perto da casa dele. "Akira?" disse eu. O cara confirmou e então confessei que eu sempre quis ver o filme. O cara disse que já tinha alugado mais de 9 vezes e resolveu fazer uma cópia pra ele. - Se quiser eu faço uma pra você.
😀😀😀
Fomos ate a locadora e depois na casa do amigo. Vi só o comecinho do filme. O sujeito já tinha as falas de cor. No dia seguinte trouxe uma fita virgem para ele me fazer o favor de fazer uma cópia. Vendo em casa, com uma qualidade duvidosa, cores fugindo, matiz alterando, eu entendi o porque de alugar para ver tantas vezes. Era simplismente o melhor desenho que eu já tinha visto. Melhor que muita animação da Disney (em 2 ou 3D). E entendi também o porque de não ser coisa de criança. Cenas pesadas ele quase não tem, mas é tão complexa a idéia e conceito do filme que eu tive que ver umas 4 vezes para finalmente dizer "Entendi", mas cada vez que eu vejo de novo eu digo "ah, agora eu realmente entendi mesmo", porque a compreensão aumenta (esta ai outro motivo para se ver tantas vezes: conseguir entender)
Sobre a dúvida se Akira é desenho ou HQ (anime ou mangá no caso) a resposta é bem simples: como muitas séries em HQ japonesas, resolveram adapta-la para o video. Hoje é uma charada fácil de se matar, com exemplos como Cavaleiros do Zodíaco, Naruto, Yo Yo hakusho, Dragon Ball, mas na época não havia essa invasão cultural japonesa ainda.
Crítica
Bem, sobre o filme: Escrito e dirigido pelo seu criador Katsuhiro Otomo, o filme é uma obra-prima ímpar. Poucos são as animações que possuem sua qualidade artística ou enredo tão intrincado e envolvente. Possue uma técnica de desenho que fascina enchendo os nossos olhos, especialmente se lembrarmos que ele foi praticamente todo feito a mão. É muito bem conduzido sem deixar o espectador bocejando nem nos momentos mais "cabeças" (é nesses que você tem que prestar ainda mais atenção para entender tudo, se piscar... fica boiando). Em poucos minutos de filme, Otomo já ambientaliza o espectador numa mega metrópole futurística estilo Blade Runner com seus cidadãos descontentes e um governo de tendencias ditatoriais desenrolando a trama com calma dando tempo para o espectador acompanhar tudo sem pressa, revelando a eles e aos personagens pouco a pouco o segredo sobre o que é Akira.
Outro elemento digno de nota no longa é a sua trilha sonora. Composta pelo grupo japonês Geinoh Yamashirogumi especialmente para o filme, ela transita entre corais de vozes, tambores tradicionais Indonésios e sintetizadores dando uma dimensão única ao filme. É tão marcante que assim como as imagens e o enredo, são um elemento crucial para o longa (destaque para a música durante os ataques de Tetsuo e para as cenas das memórias no final do filme).
O filme de ficção cientifica estilo cyberpunk já te prende na primeira cena, deixando o espectador perplexo e confuso. E vai ser assim ate o final do filme, não tem jeito. O roteiro se agarra nos temores que o Japão ainda possue de uma destruição em massa catastrófica e eminente, como um novo ataque atômico, e na rebeldia de seus jovens seguindo contra as suas tradições e disciplina padronizada e enclausurante, tornando-se incontroláveis. O longa une então esses dois temores em um só elemento. A sequência de perseguição de motos no início empolga (e ate arrepia quem já é fã) deixando um gostinho de quero mais. E o final é simples porém completo, como uma reticencia conclusiva. Já devo ter visto pelo menos umas 30 vezes e como meu amigo que me presenteou com uma cópia dessa preciosidade cinematográfica, já tenho diálogos decorados na cabeça. Um filme sempre recomendado, especialmente para quem curte um cult (bem) cabeça.
Brenoi
Obs: Comenta-se há anos um remake da animação em filme mesmo. A Warner tem como um dos seus projetos prioritários. Porém o elenco não esta em nada definido. Kaneda pode ser interpretado por Keanu Reeves ou James Franco dependendo da fonte. Não sei bem se algum dos dois seria uma boa escolha para interpretar um adolescente rebelde de 16 anos. Bem, não sou um grande fã das adaptações no cinema americano. Espero que façam jus a grandiosidade do filme.
"Se você nunca quis ter essa moto, você ainda não viu...
AKIRA!"
Sonho de consumo dos fãs.
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Foi numa noite de 1980 em San Francisco onde se reuniram 3 dos maiores músicos do instrumento de 6 cordas para uma "jam session": Al Di Meola, John McLaughlin e Paco de Lucía (pronuncia-se Lutchía, tipo tchau). O acontecimento registrado gerou o que "pode ser considerado o mais influente álbum de violão (guitarra acústica) ao vivo" segundo o critico de Jazz Walter Kolosky. O concerto ocorreu no dia 5 de dezembro de 1980 no The Warfield Theatre que contou com execuções de canções de cada integrante do trio e também de outros grandes músicos incluindo o brasileiro Egberto Gismonti. O álbum foi lançado no ano seguinte com 5 musicas, sendo uma gravada no estúdio Minot Sound. O trio se reuniu mais duas vezes para os álbuns "Passion, Grace and Fire" (1983) e "The Guitar Trio" (1996). Aqui eu falo um pouco sobre cada músico e apresento algumas das músicas selecionadas para o álbum.
Lembro ter descoberto esse álbum por causa do McLaughlin. Na época eu buscava por técnicas de guitarra e conhecer os grandes guitarristas. Jazz era algo que eu não sabia muito e McLaughlin parecia um bom ponto de partida. Imagina a minha surpresa ao saber que ele, um guitarrista de jazz fizera um álbum acústico com Paco de Lucía? Pensei: WTF?? Encontrei o vinil numa loja só de bolachas (como a galera da antiga chama o vinil) a bagatela de R$ 45,00 isso la pelo ano de 2005, nem sei quanto seria hoje em dia. Mas o meu eu encontrei vendendo na rua, na Av Chile no centro do RJ por 15 contos. Levei na hora.
:-D
Brenoi
Al Di Meola
Para
Robert Lynch, historiador da guitarra, "Na historia da guitarra, nenhum
outro fez tanto para o avanço do instrumento de maneira puramente
técnica do que o Sr Di Meola". Tocou com Chick Corea em sua banda Return to Forever em 74 (e em
Friday Night o prestigia tocando "Short Tales of the Black Forest", uma
composição de Corea) e ganhou o premio de Melhor Guitarrista de Jazz 4
vezes pela Guitar Player.
Di Meola explorou vários estilos, jazz fusion (com influencia latina por vezes), rock e gêneros de violão como o flamenco.
Paco de Lucía
Francisco Sánchez Gómez,
aka: Paco de Lucía. Provavelmente o mais famoso violonista do mundo. O
caçula de 5 filhos de um violonista flamenco. Aprendeu com o pai e um
irmão a tocar o instrumento desde cedo recebendo aos 12 anos um premio
especial numa competição de flamenco pelo dueto que fizera com outro irmão
que se chamava (o dueto e não o irmão) "Los chiquitos de Algecira".
Em 2004 ele ganhou o Prince of Asturias Awards em Artes.
(Ele não lembra o David Carradine?)
John McLaughlin
John McLaughlin, aka Mahavishnu (isso mesmo) é um guitarrista Inglês de vários gêneros, como o rock, musica clássica indiana e Jazz (pelo ultimo é como ele é mais conhecido). Tocou com vários músicos e fundou em 1970 a Mahavishnu Orchestra, banda de fusion com influencias da musica indiana que contava com a participação de varios músicos do estilo, incluindo Miles Davis.
Em 2003 ficou em 49º lugar na 100 greatest guitarists of all time (100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos) pela Rolling Stone.
Videos
"Mediterranean Sundance" (Al Di Meola) / "Río Ancho" (Paco de Lucía)