terça-feira, 27 de outubro de 2020

O Dia dos Mortos - Filosófico e Contemporâneo


           Já havia comentado sobre "A Noite dos Mortos-Vivos" aqui no blog e como ele revolucionou o terror trazendo um novo monstro para as telas. George Romero criava um terror inovador de certa forma ao tratar de questões sociais disfarçadas em seu filme. Uma década mais tarde ele retorna ao tema com o "O Despertar dos Mortos" (Dawn of the Dead) buscando novamente mostrar a sociedade da época que em sua essência, segundo o filme, era meramente consumista. A postura individualista e diferentes formas de lidar com uma calamidade são retratadas no filme, mas a ganancia consumista é o grande motivador daquela sociedade. Muito mais poderoso sobre suas ações do que a ideia de sobrevivência.

          Dizer que o filme é ruim seria uma idiotice da minha parte. Todavia, diferente de seu antecessor, ele não traz nada de realmente novo. Apenas a questão de como a sociedade evoluiu de uma década para outra. De resto os elementos são os mesmos. De modo que, se não fosse de Romero, seria apenas mais um bom filme de zumbis na minha concepção.

          Já Dia dos Mortos (Day of Dead) traz uma proposta diferente. Ambientado como se fosse uma espécie de evolução no quadro da questão dos mortos vivos povoando a Terra, Dia dos Mortos apresenta um grupo de civis e militares que atuam juntos em uma base que serve de abrigo para eles enquanto tentam descobrir uma cura ou vacina contra o mal dos zumbis. É interessante ressaltar que nesses dias de confinamento e incerteza por causa do Corona, podemos sentir na pele a pressão que os personagens estão submetidos. 

          Nós praticamente somos os personagens.

      Dessa vez Romero não tenta retratar a sociedade em si, mas antes retratar o homem si. Filosofa ao comparar a mentalidade dos mortos com o desenvolvimento social e comportamental do ser humano. Esse questionamento nos faz repensar não tanto os mortos vivos (porque eles não existem), mas a nós mesmos.

          O que somos?

          E porque somos como somos?

          Na tentativa de dar humanidade aos mortos-vivos, Romero (de tal forma como anteriormente) nos aproxima deles. Que linha tênue nos separa dos monstros (no filme). Seriam os monstros mais complexos do que imaginamos, ou somos nós mais simples do que acreditamos ser? Por refletir de modo tão adverso os seus próprios monstros, Romero, para mim, acerta em cheio ao fazer um filme sobre zumbis, tornando-se bem mais interessante do que antecessor.

          O roteiro é a grande estrela nesse filme, onde as tensões entre os dois grupo são brilhantemente criadas a partir de 3 pontos de vista distintos: os militares, os civis e o cientista maluco. Ficamos a mercê de Romero sem saber exatamente a quem dar a razão em suas ações; sem saber dizer quem está certo ou errado. Pois a todo momento isso é questionado e confrontado. E no final talvez ninguém esteja totalmente certo e nem totalmente errado.


          Cabe mencionar que, apesar dele manter a mesmíssima ideia de elenco anteriores: A mocinha é branca, o herói é negro, personagens paisagens e vilões brancos, dessa vez a mocinha não é uma pateta como anteriormente. Antes ela divide e até rouba o papel de heroína no filme. Outra inovação no conceito "Romero" que creio deve ter sido devido a influencias dos filmes splatters dos anos 70/80. Mas que funcionou muito bem, já que geralmente nesses filmes elas são as loucas que ficam berrando enquanto correm, coisa que aqui, não acontece.

          Dia dos Mortos ainda se mantem como um bom filme de zumbis que não envelheceu. Suas complexas reflexões e interações o mantem bem a frente de muitos filmes atuais valendo a pena ser conferido com esse olhar menos "fã zombie" e mais intelectual.


















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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Um Contratempo

 


          Há muito tempo eu não via um filme de suspense tão bom.


          Indicado por alguma lista de filmes dessas que passam pela gente no face, Um Contratempo (Contratiempo) tem tudo aquilo que um bom filme do gênero deve ou deveria ter: Um bom e inteligente roteiro. Ele é a alma do filme.

          Partindo de uma situação aparentemente simples e misteriosa, ele vai desdobrando essa historia e criando tramas em cima das tramas de modo simples e funcional sem deixar o espectador confuso. Ele não é rápido, apressado; ele é apenas lógico. Deixa na sua mão todas as pistas para montar a imagem final desse quebra-cabeça, cujo o mistério, não existe. O mistério é apenas saber qual a verdade por trás das mentiras.

          Oriol Paulo assina o roteiro e a direção dessa obra. O que não me surpreende, pois a direção atua de forma simples tanto para apresentar a historia quanto na direção de atuação, deixando que a historia em si seja a grande protagonista. Tudo o que ele precisou fazer foi saber dar ênfase nos pontos que distraem o espectador dos detalhes e dê foque no todo, no enredo principal. Naquilo que para nós, está na superfície.

          Os mais "detetives" provavelmente irão sacar o esquema antes do gran finale (eu saquei quando ela confronta ele depois de olhar pela janela. Um pouco tarde, eu acho), pois como eu disse, todas as pistas estão na nossa cara, mas isso não tira o mérito do filme. Só mostra o quão honesto ele pode ser sem ser tolo, bobo, ou mesmo, previsível . 

          As atuações são simplistas, soando quase apáticas, meio bobas as vezes, mas eu vejo isso como proposital. Porém são todas boas por conseguirem passar essa intenção da direção. Destaque principal para as atrizes que fazem a mãe e a advogada. É inquestionável que elas são as melhores em cena, justamente por transmitirem tão bem as intenções do diretor.

          Boa fotografia, que ajuda a criar um clima solido de um enredo de suspense. Sem exageros, mas bastante presente.

          Um contratempo é um daqueles filmes que vale a pena conferir até mesmo por quem não curte muito o gênero "parado". Uma ótima pedida que se encontra atualmente no Netflix.


          "Toda historia tem duas caras.
            A verdade, só uma"












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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Heróis da Guitarra - Eddie Van Halen

 


          Eu tinha planos para postar sobre outros heróis, mas infelizmente hoje chega essa triste noticia que não poderia passar em branco.

          Esse grande herói da garota de seis cordas nos deixou hoje.

          Nascido em Nijmegen, Países Baixos, Edward Lodewijk Van Halen, filho de músico, aprendeu junto com o irmão a tocar piano desde cedo. Porém ambos não se interessavam pelo instrumento e acabaram mudando: o irmão foi para a guitarra; Eddie, para a bateria.

          Somente após perceber que seu irmão possuía uma habilidade incrível com a batera (que tocava escondido de Eddie) é que ele resolveu então trocar também. 

          E iniciava assim a ascensão de um dos maiores guitarristas da historia.


          Eleito o melhor guitarrista de todos os tempos por votação e o 8º melhor pela Rolling Stones, Van Halen iniciou sua carreira profissional junto ao irmão numa banda na California (a família se mudara para os EUA quando os dois ainda eram crianças). Junto de David Lee Roth (vocais) e Michael Anthony (baixo), formavam a banda Van Halen, tocando covers em bares e ganhando notoriedade por onde passavam. Acabaram chamando a atenção de Gene Simmons (Kiss) e do produtor Ted Templeman que os contratou e em 78 lançaram seu primeiro álbum "Van Halen".







          E então a carreira da banda deslanchou. Gravando diversos álbuns nos anos seguintes e sendo Van Halen convidado até para participar da musica "Beat It" do Michael Jackson, criando assim um dos solos mais conhecidos de todos os tempos.








          Van Halen faleceu devido a um câncer de garganta que ele enfrentava há anos devido ao cigarro.
O câncer o tirou de nós, mas suas musicas e seu legado ficarão conosco para sempre.







Jump




Why Can't This Be Love




Can't Stop Lovin' You




When it's Love (live)




Right Now




Beat It




Eruption











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Musica da Semana - A Isso Chamam Blues




          Chegamos ao ultimo da lista dos álbuns que mais me influenciaram.

          Postagem 10/10 - A Isso Chamam Blues, I Believe In Blues.

          I Believe In Blues no caso é uma fita que meu amigo Ivan, o mesmo que me mencionei do álbum do Steve Vai e que escreveu a postagem sobre Celso Blues Boy em seu falecimento, gravou para mim com músicas de blues nacional. Isso lá pelos anos de 98/99. Nunca havia caído em meu ouvido blues que não fosse em trilha sonora de filme, ainda mais blues brazuca. Era uma fita magnifica que abriu e expandiu meus ouvidos para estilos novos, me influenciou a querer conhecer mais de musica e buscar mais sobre nossos artistas.

          Tamanha influencia não poderia ficar restria a apenas uma única musica, por isso buqsquei trazer todas. O problema era: Eu perdi a fita.

          Mais tarde em tempos de Mp3, não cabia mais levar seu walkman com a mochila cheias de fitas quando se podia usar um minúsculo aparelho com com 100 musicas dentro. Ela então ficou esquecida e desapareceu da casa dos meus pais quando eles arrumaram as bagunças depois que os filhos saíram de casa, e acabaram jogando muita coisa fora. De modo que, trazer as musicas que tinham nela sem saber exatamente quais eram ou de quem eram, foi tarefa meio complicada, porque entendam, ele só gravou a fita e botou um nome nela. 

          E mais nada. 

          Eu não fazia ideia de quem era quem naquela fita. O Boy era relativamente fácil, obvio que tinha que estar lá. 

          Mas e o resto?

          Nas semanas que desde que comecei as postagens passei a buscar as musicas e as respectivas versões. O que não era fácil. Música de um show ao vivo aqui, outra musica de um show ao vivo ali... E como nem o nome certo eu sabia (ou lembrava), buscava por trechos da letra. Não preciso dizer o quão nostálgico foi isso...heheheh

          Um grande prazer relembrar e ouvir novamente essas pérolas musicais.

          Espero que gostem delas tanto quanto eu gostei.

          PS: para quem estiver se perguntando sobre a imagem da fita na postagem, eu tive que fazer no photoshop o nome como em caneta na foto de uma fita. Por isso não está tão realista, não achei que isso era o mais importante para dar maior esmero. Creio que o principal é o conteúdo dela.




A Isso Chamam Blues



Sempre brilhará
Amor Vazio
Brilho da Noite

No vídeo acima encontram-se as 3 musicas. 
É só abrir no you tube que na descrição estão separadas onde começam cada musica do disco. 




Rock fora da lei




Blues Motel




Fumando na Escuridão




Mississipi




Terceiro Whisky 




O Louco da Cidade 




Canceriano Sem Lar 



O Sol Também Me Levanta 





Genuíno Pedaço do Cristo  



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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Música da Semana - Come As You Are




           Álbum 9/10 dos álbuns que mais me influenciaram: Unplugged In New York, Nirvana.

          Quem nunca teve 15 anos que atire a primeira pedra. Conheci o nirvana antes disso, quando tinha aulas de violão com um colega que era fã do nirvana e me ensinava a tocar o instrumento com musicas do Nirvana, Guns e similares. Ele um dia gravou uma fita com  o álbum para mim, para que eu conhecesse as músicas e aprendesse a tocar mais fácil.  Aquilo abriu um  novo olhar sobre o rock para mim, que só conhecia coisas antigas na época (vide os álbuns anteriores).

          Até hoje considero esse um dos melhores acústicos que já ouvi, perdendo talvez para o do A-Ha, que ficou foda (recomendo que deem uma conferida nesse trabalho deles).






Come As You Are

"Come as you are, as you were
As I want you to be
As a friend, as a friend
As an old enemy

Take your time, hurry up
Choice is yours, don't be late
Take a rest, as a friend
As an old memory, yeah

Memory, yeah
Memory, yeah
Memory, yeah

Come doused in mud, soaked in bleach
As I want you to be
As a trend, as a friend
As an old memory, yeah

Memory, yeah
Memory, yeah
Memory, yeah

And I swear that I don't have a gun
No, I don't have a gun
No, I don't have a gun

Memory, yeah
Memory, yeah
Memory, yeah
(No, I don't have a gun)

And I swear that I don't have a gun
No, I don't have a gun
No, I don't have a gun
No, I don't have a gun
No, I don't have a gun

Memory, yeah
Memory, yeah"


Venha Como Você É

"Venha como você é, como você era
Como eu quero que você seja
Como um amigo, como um amigo
Como um velho inimigo

Leve o seu tempo, se apresse
A escolha é sua, não se atrase
Tire um descanso, como um amigo
Como uma antiga memória

Memória
Memória
Memória

Venha mergulhado em lama, encharcado em água sanitária
Como eu quero que você seja
Como uma tendência, como um amigo
Como uma antiga memória

Memória
Memória
Memória

E eu juro que não tenho uma arma
Não, eu não tenho uma arma
Não, eu não tenho uma arma

Memória
Memória
Memória
(Não, eu não tenho uma arma)

E eu juro que não tenho uma arma
Não, eu não tenho uma arma
Não, eu não tenho uma arma
Não, eu não tenho uma arma
Não, eu não tenho uma arma

Memória
Memória"


PS: Engraçado que eu nunca havia analisado a letra. Olhando agora, sem aquele olhar de antigamente para as letras do Kurt (de que ele era maluco apenas), vejo aqui um tipo de reconciliação. O jeito de alguém dizer para outro que sente saudades e que espera o retorno dela. Fala de alguém com quem tinha uma relação afetiva e conturbada. A letra toda fala disso, e é o que faz ela parecer uma letra maluca. Mas não é. Quando ele diz "eu juro que não tenho uma arma", acho que ele quer dizer "se você vier, não irei te atacar, te maltratar". Mas principalmente, a ideia principal é que ele aceita a outra pessoa "como ela é". Seja imunda (em seu erros) ou "limpa e alvejada", e deixando na escolha dela se volta ou não, mas que não terá todo o tempo do mundo para decidir ficando em cima do muro


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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Musica da Semana - The Audience Is Listening

 



          Álbum 8/10 dos álbuns que mais me influenciaram: Passion And Warfare, Steve Vai

          Influenciado por um colega de escola  (que já esteve e estará novamente no blog) fã de grandes guitarristas, comecei a ouvir, a conhecer, os grandes nomes da garota de 6 cordas. Não todos, mas alguns. Entre eles, obviamente, Van Halen, Joe Satriani, Yngwie Malmsteen... E claro, Steve Vai.

          Eu gostava muito de Van Halen e Satriani, mas Vai foi aquele que cuja a virtuose e técnicas mescladas a harmonia e melodia mais me cativaram. E me fizeram compreender num patamar mais elevado a guitarra instrumental. E consequentemente, a música instrumental de modo geral.

          A musica que trago essa semana é do álbum tido como um dos melhores dele. Nele se encontra a bela (e gravadas em inúmeras coletâneas de "love metal") For Love Of God. Mas a minha favorita é a divertida The Audience Is Listening.  O clipe mostra a brincadeira que ele faz na própria musica, a introdução em sala de aula pela professora, ele respondendo ela com a guitarra, mas realmente não é a coisa mais interessante visualmente. Recomendo que apenas ouçam mesmo.

          Num estilo que não é bem rock, não é bem blues, não é bem jazz, ela sempre me soou algo bem único e até diferente de todo o resto do álbum.






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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Musica da Semana - Musika Atomica



          Vamos ao álbum 7/10 dos álbuns que mais me influenciaram: Alien Nation, Syrian.

          Na época que eu descobri essa banda eu frequentava com uma namorada uma festa que rolava muita música eletrônica. Eu não sabia nada de música eletrônica, mas para acompanhar melhor ela (a namorada) nas pistas, comecei a pesquisar sobre as músicas que rolavam e cheguei a essa preciosidade do futurepop: Syrian.

          Eu já mencionei ela aqui em um post sobre "duplas eletrônicas" (você pode conferir aqui).

          Essa pesquisa me trouxe o conhecimento de muita musica boa em questão de musica eletrônica. Esse álbum é a prova disso. Gosto de todas as músicas, umas mais outras menos, mas a favorita sempre foi essa: Musika Atomika. Com uma sonoridade sem o tum-ti tum-ti e criando até um clima envolvente, essa música mostra a capacidade do estilo em diversificar a si mesmo e sair do esteriótipo de rave. Esse álbum que me fez buscar cada vez mais sobre musica eletrônica e suas vertentes. Recomendo que conheçam mais esse trabalho da dupla.




Musika atomika

"Musika atomika
Energia bionica
Musika atomika
Atomika electronica

Musika atomika
Una voce cosmica
Musika atomika
Atomika automatica

Musika - Now you've got to dance
Atomika - To the cybertronic beat
Bionica - The groove is amplified
Sintetica - Loud across the atmosphere

Just connect to the mechanical melody

Musika - Automatic DJ
Atomika - Spinning technopop
Bionica - Artificial sounds
Sintetica - And cybernetic rock

Just connect to my electronic soul

Radio electronica"



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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Música da Semana - Bigmouth Strikes Again


 

          É outra coletânea, mas me marcou profundamente. Na lista dos 10 discos que me influenciaram, vamos para o álbum 6/10: The Smiths: Best 2, The Smiths.

          Dividida em duas partes, essa coletânea chegou até as minhas mão meio que de paraquedas. Sendo que era, inicialmente, apenas o CD 2. Eu "não conhecia" o The Smiths na época. Não sabia quem eram, mas quando ouvi as músicas de imediato fui lançado na minha infância onde se escutava música para tudo que é lado em rádios, festas, sem saber o que se ouvia. 

          Nesse CD estavam as musicas mais conhecidas por mim da banda: The Boy with the Thorn in His Side, Heaven Knows I'm Miserable Now, Ask, Still Ill, There Is a Light That Never Goes Out. E de repente eu descubro que eu adorava as músicas da banda sem saber que eram todas dela. Isso mudou o rumo como eu olhava para as bandas dos anos 80. Eu que já estava (re)descobrindo Tears For Fears, A-ha, Duran Duran, me deparei com aquela que fazia eu me sentir como o critico de gastronomia de Ratatouille quando prova o prato que o arremessa na sua infância. Voltei a ter meus 4-5 anos, na época que eu colocava o vinil do balão magico para ouvir enquanto vigiava ele girar na vitrola.

          Foi realmente mágico reencontrar aquelas músicas que tanto me agradaram na infância e saber que TODAS elas eram da mesma banda. As demais bandas mencionadas tinham também suas músicas que eu conhecia e gostava, mas nenhuma delas me proporcionava o prazer de ouvir que as do The Smiths produziam em mim. Até hoje nenhuma banda faz.

          De modo que ele tem que estar aqui entre esses álbuns. E a música que eu trago é que mais pegou num misto de nostalgia, melancolia e alegria ao ouvir: Bigmouth Strikes Again.





Bigmouth Strikes Again

"Sweetness, sweetness I was only joking
When I said I'd like to
Smash every tooth in your head

Oh, sweetness, sweetness, I was only joking
When I said by rights you
Should be bludgeoned in your bed

And now I know how Joan of Arc felt
Now I know how Joan of Arc felt
As the flames rose to her roman nose
And her Walkman started to melt

Bigmouth, bigmouth
Bigmouth strikes again
And I've got no right to take my place
With the Human race

Bigmouth, bigmouth
Bigmouth strikes again
And I've got no right to take my place
With the Human race

And now I know how Joan of Arc felt
Now I know how Joan of Arc felt
As the flames rose to her roman nose
And her hearing aid started to melt

Bigmouth, bigmouth
Bigmouth strikes again
And I've got no right to take my place
With the human race"



O Linguarudo Ataca Outra Vez 

"Doçura, doçura, eu estava só brincando
Quando disse que gostaria de
Amassar cada dente da sua boca

Oh, doçura, doçura, eu estava só brincando
Quando disse que o certo seria você
Ser espancada na sua cama

E agora eu sei como Joana d'Arc se sentiu
Agora eu sei como Joana d'Arc se sentiu
Enquanto as chamas subiam até seu nariz romano
E seu walkman começava a derreter

Linguarudo, linguarudo
O linguarudo ataca outra vez
E eu não tenho mais direito de assumir o meu lugar
Na raça humana

Linguarudo, linguarudo
O linguarudo ataca outra vez
E eu não tenho mais direito de assumir o meu lugar
Na raça humana

E agora eu sei como Joana d'Arc se sentiu
Agora eu sei como Joana d'Arc se sentiu
Enquanto as chamas subiam até seu nariz romano
E seu aparelho para surdez começava a derreter

Linguarudo, Linguarudo
O linguarudo ataca outra vez
E eu não tenho mais direito de assumir o meu lugar
Na raça humana"

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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Música da Semana - Another Brick In The Wall (1)





          Outro álbum que já esteve aqui no blog, mas que entra na lista dos 10 discos que me influenciaram, vamos para o álbum 5/10: The Wall, Pink Floyd.

          Não tenho muito o que falar sobre ele, já que comentei minha opinião sobre ele aqui. O que posso dizer é que mudou para sempre minha visão estética de música, de até onde uma música é capaz de criar um clima, uma sensação, uma emoção. É difícil encontrar outro trabalho com essa qualidade, com essa capacidade. A primeira vez que eu ouvi foi assistindo o filme, então o efeito foi ainda maior. 

          Coloca-lo na lista de álbuns que me influenciaram não foi difícil. Difícil foi decidir qual a música mais marcante ou favorita aqui. Eu poderia simplesmente colocar 90% do álbum nesse post, então resolvi trazer uma música que ficou de fora do post sobre o álbum, Another Brick In The Wall (Part 1). Já que as partes 2 e 3 estão lá, acho que fica interessante ter a parte que está em faltando aqui.



 




Another Brick In The Wall (Part 1)

"Daddy's flown across the ocean
Leaving just a memory
Snapshot in the family album

Daddy what else did you leave for me?
Daddy, what'd'ja leave behind for me?!?

All in all it was just a brick in the wall.
All in all it was all just bricks in the wall."


Outro Tijolo no Muro (parte 1)

"Papai voou através do oceano
Deixando apenas uma memória
Uma foto no álbum de família

Papai, o que mais você deixou para mim?
Papai, o que mais você deixou para trás para mim?

No fim das contas, foi apenas um tijolo no muro
No fim das contas, tudo foi apenas tijolos no muro"


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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Musica da Semana - The Trooper





          Mais uma música favorita da lista dos 10 discos que me influenciaram, vamos para o álbum 4/10: Best of the Beast, Iron Maiden.

          Ok, esse não é um álbum, é uma coletânea, mas foi meu primeiro contato com o heavy metal. Indicado por um amigo, comprei esse disco praticamente sem saber no que metia. Já tinha ouvido uma musica ou outra, porém não dava para dizer que eu conhecia a banda. E nesse disco estão as principais músicas deles até meados de 95 quando o novo vocalista, Blaze Bayley, substituía o incomparável Bruce Dickinson (prova disso é que o Dickinson retornou a banda mais tarde).

          A minha versão do CD era a mais simples, de um disco só. Porém, na minha opinião, poucas musicas realmente importantes ficaram de fora dela. E a música favorita do disco que trago essa semana é a The Trooper. Que para mim tem um dos solos mais legais da banda. Uma música que para mim realmente representa bem o Iron Maiden.

          Clipe tosco, mas marcante. Não apenas pela terrível qualidade de imagem, roupinhas exóticas, guitarras sujas e cenas de batalha em rosa, mas também pelo ridículo biquinho de Dave Murray enquanto sola.




The Trooper


"You'll take my life, but I'll take yours too
You'll fire your musket, but I'll run you through
So when you're waiting for the next attack
You'd better stand, there's no turning back

The bugle sounds and the charge begins
But on this battlefield no one wins
The smell of acrid smoke and horses breath
As I plunge on into certain death

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh

The horse he sweats, with fear, we break to run
The mighty roar of the russian guns
And as we race towards the human wall
The screams of pain as my comrades fall

We hurdle bodies that lay on the ground
And the russians fire another round
We get so near yet so far away
We won't live to fight another day

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh

We get so close, near enough to fight
When a russian gets me in his sights
He pulls the trigger, and I feel the blow
A burst of rounds take my horse below

And as I lay there gazing at the sky
My body's numb and my throat is dry
And as I lay forgotten and alone
Without a tear I draw my parting groan

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh"



O Cavaleiro


"Você vai tirar minha vida, mas eu também vou tirar a sua
Você vai disparar o seu mosquete, mas eu vou te perfurar
E quando você estiver esperando pelo próximo ataque
É melhor aguentar firme, pois não há como voltar atrás

A corneta soa e a investida começa
Mas neste campo de batalha ninguém vence
O cheiro pungente de fumaça e da respiração dos cavalos
Enquanto isso eu mergulho para uma morte certa

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh

O cavalo sua, e com medo começamos a correr
O estrondo poderoso das armas russas
Enquanto nós avançamos em direção a parede humana
Ouço os gritos de dor dos meus camaradas caídos

Nós saltamos sobre corpos caídos no chão
E os russos disparam outra rajada de tiros
Nós chegamos tão perto, mas ainda estamos tão longe
Não viveremos para lutar mais um dia

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh

Nós chegamos tão perto, perto o bastante para lutar
Justo quando um russo mira em mim
Ele puxa o gatilho, e eu sinto o impacto
Uma rajada de tiros abate o meu cavalo

E enquanto estou ali caído olhando para o céu
Sinto o meu corpo dormente e a minha garganta seca
E enquanto estou caído, esquecido e sozinho
Sem uma lágrima eu solto meu murmúrio de partida

Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh"



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segunda-feira, 20 de julho de 2020

Musica da Semana - Behind Blue Eyes





          Continuando a minha música favorita da lista dos 10 discos que me influenciaram, vamos para o álbum 3/10: Who's Next.

          Assim como a música da semana passada, a musica dessa semana também é influencia direta do meu pai. Os álbuns que ele mais ouvia eram esses 2. Sgt. Pepper's e Who's Next.

          É muito difícil para mim escolher a melhor música desse álbum. Mas acho que a melhor, que mais se enquadraria na proposta do post seria Behind Blue Eyes. Pois foi a primeira música que encantou quando criança. Eu já postei ela aqui no post sobre o The Who. Mas não posso excluir esse álbum que é uma obra prima do rock da lista dos álbuns que mais me influenciaram e é parada obrigatória para quem quer saber como fazer um disco de qualidade. Essa música especificadamente é uma viagem musical entre os contrastantes momentos dela. Sendo inclusive regravada por inúmeros artistas.

          Novamente com vocês, Behind Blue Eyes.



Behind Blue Eyes


Behind Blue Eyes

"No one knows what it's like, to be the bad man
To be the sad man, behind blue eyes
No one knows what it's like, to be hated
To be fated, to telling only lies

But my dreams they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance that's never free

No one knows what it's like, to feel these feelings
Like I do, and I blame you
No one bites back as hard on their anger
None of my pain or woe, can show through

But my dreams, they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance that's never free

When my fist clenches, crack it open
Before I use it and lose my cool
When I smile, tell me some bad news
Before I laugh and act like a fool

And if I swallow anything evil
Put your finger down my throat
And if I shiver, please give me your blanket
Keep me warm, let me wear your coat

No one knows what it's like, to be the bad man
To be the sad man, behind blue eyes"




Por Trás de Olhos Tristes

"Ninguém sabe como é ser o homem mau
Ser o homem triste, por trás de olhos tristes
Ninguém sabe como é ser odiado
Ser condenado 
A dizer somente mentiras

Mas meus sonhos não são tão vazios
Quanto minha consciência parece ser
Eu tenho horas de apenas solidão
Meu amor é a vingança

Que nunca termina

Ninguém sabe como é sentir esses sentimentos
Como eu sinto e eu culpo você
Ninguém morde de volta tão forte em sua raiva
Nada da minha dor ou desgraça pode transparecer

Mas meus sonhos não são tão vazios
Quanto minha consciência parece ser
Eu tenho horas só de solidão
Meu amor é a vingança

Que nunca termina

Quando o meu punho se fechar, abra-o à força
Antes que eu o use e perca a calma
Quando eu sorrir, conte-me más notícias
Antes que eu ria e me passe por tolo

E se eu engolir algo ruim
Coloque seu dedo na minha garganta
E se eu tremer, por favor, dê-me seu cobertor
Mantenha-me aquecido, deixe-me vestir seu casaco

Ninguém sabe como é ser o homem mau
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terça-feira, 14 de julho de 2020

Wagakki Band - Legítimo Rock Estilo Japonês



          Quando postei há algumas semanas a musica de Mariya Takeuchi, me comprometi a buscar por bandas japonesas, pelo chamado J-Rock.

          Mas eu não encontrava.

          Toda lista de "best bands" ou "best songs" de J-Rock, não era "J-Rock". 

          Era Rock.

          Não quero aqui desmerecer a qualidade das bandas porque são bandas muito boas, como The GazettE, Delacroix, Asian Kung-fu Generantion, Skywings e outras. Mas não consigo dizer que elas tocam "J-Rock". Não me faz sentido.

          Acompanha o pensamento: O que o Sepultura, o Angra e a Legião Urbana tem em comum? O que eles tocam? "B-Rock"? Não. Eles tocam trash metal, power metal/metal melódico e rock. Ponto. Por mais que Angra inclua linhas de mpb como o chorinho, Sepultura inclua instrumentos e culturas nacionais e o Legião com letras sobre a politica nacional, eles não são bandas de "B-Rock". Elas não conversam em nada entre si.

          O mesmo acontece com as bandas ditas J-Rock: elas não tocam nada de novo. Elas apenas tocam estilos/vertentes que já existem, mas com seu próprio estilo de tocar, com a sua cara. E as vezes nem isso. Asian Kung-fu Generantion e Skywings são um punk rock 90 que se cantarem em inglês você nem diz que não é americano. As outras citadas, são metal. Simples. 

          Nada de novo no reino do 4/4 com distorção.

          Não se pode dizer também que se trata de um movimento. Já que, estilos de musica, conceitos e vestuário não se assemelham em nada. As letras eu não posso opinar, mas creio que sigam na mesma direção: Cada um para um lado. Diferente do que acontecia com o chamado Grunge de Seatle nos anos 90. Elas não eram exatamente a mesma coisa, mas em algum ponto elas conversavam entre si, criando influencia musical e cultural. Renovando o cenário da musica na época.

          Ou seja, na minha humilde opinião, o chamado J-Rock não existe na pratica. É apenas uma nomenclatura para indicar o país de origem das bandas. Repito, são bandas muito boas e deixo inclusive um dos links com uma lista de musicas dessas bandas para vocês conhecerem (clique aqui) , porém não me entra na cabeça serem chamadas de "J-Rock" se não fazem nada mais do que serem japonesas para isso.

          Agora, o que eu ouvi dessa banda que trago no post, essa sim me diz algo que eu nunca tinha ouvido dessa maneira (exceto nas introduções de animes...hehehe)

 

         Wagakki Band 和楽器バンド, "banda de instrumentos musicais japoneses" (em livre tradução) já diz tudo. A banda mistura com perfeição instrumentos tradicionais de rock e os da cultura japonesa sem deixar nenhum em segundo plano, cada um tem seu momento e vez de brilhar, tornando as melodias únicas e muito características da banda e da cultura japonesa, com muita profundidade e diversas camadas. Não tem como confundir: você está ouvindo Japão quando ouve as musicas da banda.



        Diferente das demais bandas citadas, Wagakki Band  和楽器バンド traz algo realmente novo para os ouvidos ocidentais. E talvez até já houvessem bandas que fizessem esse tipo de som (espero que sim, pois isso sim cria um estilo/movimento o que seria interessantíssimo de acontecer), mas Wagakki Band aparentemente é o maior expoente do estilo. A sonoridade é tão diversa ao que estamos acostumados que o vocal as vezes extremamente melódico e alongado nos soa estranho, porém provavelmente soa tradicional e um deleite aos ouvido japoneses. Algo que remete as vozes de Geixas do passado, uma raiz cultural deles (mas a gente demora um pouco a se acostumar).


          O que me lembra sobre outro detalhe muito interessante da banda: vestuário/visual. Assim como suas melodias a banda mescla o tradicional Japão com o moderno Japão (as vezes num mesmo integrante), o que nós toca ao se referir da presença e inspiração da cultura de seu país em si próprios (não apenas na musica), e da provável intenção em exibi-los com orgulho de suas origens.

          Com a formação iniciada em 2012, lançaram seu primeiro álbum em 2013, Joshou 序章., e hoje já contam com 5 álbuns no total.

          E que venham mais. Que venham muitos mais, para nosso (ou ao menos o meu) deleite musical.


          Deixo aqui as que eu mais gostei e achei interessante. Espero que lhes caiam no gosto tanto quanto no meu.




Vamos começar com a musica com a cara mais ocidental da lista, para os ouvidos
irem se acostumando com o estilo da banda.


Ikusa 戦


         

Tengaku 天樂




Sasameyuki 細雪




Yoshiwara Lament 吉原ラメント




Tsuki Kage Mai Ka  月・影・舞・華





Ryuusei 流星




 Yuki Yo Mai Chire Sonohō Ni Mukete 雪よ舞い散れ其方に向けて





Valkyrie 戦乙女




A próxima é meio fora dos padrões deles mas achei bem legal


Noushou Sakuretsu Girl 脳漿炸裂ガール





E para o gran finale, a apresentação que me fez buscar mais por essa banda imediatamente.


Homura 焔 e Akatsuki no Ito 暁ノ糸



          Agora um detalhe importante sobre a banda é que, por lá, pelo menos o que tenho lido sobre a banda, ela não é considerada J-Rock. Tipo "não faz parte do movimento". 

          Então me diz: faz sentido as bandas de J-Rock serem chamadas assim e Wagakki Band 和楽器バンド não?

          Estamos de acordo sobre o que deveria ser "J-Rock" e o que não? 😉


PS: Devo confessar que encontrar os kanjis ou o nome no nosso alfabeto de algumas musicas foi bem chatinho.  Se bobear começo a aprender japonês só por causa das músicas...hehehe Tal qual foi com inglês como mencionei nas Musica da Semana dessa semana. Então perdoem se houver algum erro.










   

As (belas) meninas da banda













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