domingo, 10 de novembro de 2013

Blade Runner - Uma Obra-Prima Sonora





             Quando vi um comentário em um blog há alguns anos sobre a trilha sonora de Blade Runner ser uma das melhores de todos os tempos, fiquei curioso e até, instigado. Lembrava vagamente de ter visto trechos do filme quando criança, de modo que não podia dar críticas ao comentário (muito embora muitos críticos o fariam). Baixei na inter... digo, BUSQUEI na net a trilha sonora e pus o som no fone de ouvido. O encanto foi imediato, e percebi que não havia exageros no comentário no blog: é realmente uma das melhores composições para filmes que eu já ouvi. Músicas muito intrigantes, muito cheias, de uma suavidade meio mística as vezes. Bem marcantes (tanto que de tanto ouvir, ao ver o filme, até me distraio da tela ouvindo a música no fundo).





Vangelis

              Composta pelo músico Evángelos Odysséas Papathanassíu (29 de março de 1943), vulgo Vangelis, ela é sempre lembrada como uma das melhores e mais vanguardistas trilhas de todos os tempos. Vangelis é um músico grego que começou a tocar piano aos 4  anos de idade (e a compor aos 6). Nos anos 60, criou uma banda pop conhecida da Grécia, a Formynx. Mais tarde se mudou para Paris e formou uma banda de rock progressivo, chamada "‘Aphrodite's Child" (ainda vou procurar sobre essa banda, e quem sabe até posto sobre ela). Com o fim da banda, Vangelis que além de piano tocava flauta, xilofone, bateria e diversos instrumentos de percussão, seguiu carreira solo em Londres, lançando álbuns e criando trilhas. Entre seus trabalhos estão Carruagens de Fogo - Chariots of Fire (que lhe rendeu um Oscar de Melhor Trilha Sonora original, é desse filme que saiu aquela canção que marca a corrida de São Silvestre), documentários de Jacques Costeau, a série "cosmos", "O Ano que Vivemos Perigosamente", "Lua de Fel",  "1942 - A Conquista do Paraíso" e "Alexandre" além de trabalhos com diversos músicos e diretores. 



              Mas o que nos traz aqui é talvez o trabalho mais emblemático: A trilha sonora de "Blade Runner - O Caçador de Androides", onde o artista mistura todas as suas influencias de trabalhos anteriores, música clássica, rock progressivo, música eletrônica... as vezes tudo junto numa música só. Músicas que nos tocam  nos envolvendo em sua melodia suave e sonoridade singular. Do tipo de músicas que você deixa rolar o álbum da primeira a última faixa, curtindo a sensação e emoção que cada uma evoca em você.

             Vale apena conhecer melhor essa obra que eu sempre recomendo ( e quem busca conhecer, não se arrepende)








Vangelis






Carruagens de Fogo





Blade Runner -  "Main Titles"
(começa com trecho do filme, pode pular e ir para o ponto 1:05)




Blade Runner - "Love Theme" 

(quem não conhece essa, não nasceu nos 80)








Blade Runner - "Blush Response" 

(começa com trecho do filme, pode pular e ir para o ponto 1:35)







Blade Runner -  "End Titles"



Contra capa do álbum 
(Essa é uma edição antiga, as mais recentes contém mais músicas do filme)




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sábado, 12 de outubro de 2013

Judson Huss - Fantasia e Renascentismo

"Isa Flore"

              Judson Huss é um pintor, um artista, de uma expressão muito própria e particular. Nascido em Durham, Carolina do Norte em 1942 como Clifford Judson Huss, começou a estudar arte e desing em Los Angeles (também é músico. Tocou guitarra e baixo em varias bandas) Porém, descontente como a arte moderna lhe era apresentada pelos seus tutores, se muda para Europa, Paris mais especificamente, nos anos 70, onde descobre os antigos mestres e também os artistas conteporaneos de arte fantástica.

"The Mongol"

                        Ao analizar sua obras encontramos em seus traços um realismo que nos parece estarmos olhando uma fotografia desenhada com tintas renascentistas e por vezes, surrealistas, mas um surrealismo-fantasia como um misto de Da Vinci com Heavy Metal (a revista em quadrinhos). Huss utiliza em seus quadros técnicas diversas, aplicando-as de modo harmonioso para compor suas obras.

               A luz é dos elementos que mais recebe atenção na suas composições, sendo trabalhada com os diferentes tons de cores para compor o efeito de luz e sombra. Assim como o foco dos objetos em diferentes distancias. O modo como Huss utiliza esses dois elementos cria a sensação de profundidade em seus quadros, parece nos envolver de modo sutil, nos fazendo sentir parte do cenário, como se fossemos mais um dos elementos que o compõe .Como um observador que também esta ali, há poucos metros de distancia da cena que é ilustrada. Isso é outra caracteristica da 
obras de Huss. O movimento da obras não é físico. A ideia de movimento parte de que a imagem da verdade é uma parte de uma história, de um enredo. A sensação não é de que aquela imagem tem uma historia para contar, mas sim que ela é um momento em uma historia, um flash sobre um determinado momento dessa historia, dessa fantasia.

"Summer" - Verão





              Quem são essas pessoas que aparecem? O que estão fazendo? Porque estão fazendo? Da onde vem e para onde vão? O que está acontecendo, afinal?
             A imagem aguça a imaginação daqueles cuja a mente é sensível, perspicaz, inquisitiva e curiosa (hehehehe). Os títulos também ajudam a intensificar essa ideia de movimento.
            "Os Mestres holandeses, para quem a minha admiração nunca termina, me deu coragem muitas vezes, e a Escola de Realismo Fantástico moderno me deu a direção." disse ele.
             Huss trabalhava com diversas técnicas de arte e materiais desde óleo sobre tela e madeira, aquarela, desenhos, a acrílico sobre papel e esculturas. Se destacando sempre em cada uma da técnicas que utilizava. Ele morreu em 25 de julho de 2008 em Paris, mas deixou uma vasta obra para
ser admirada.





"Indoctrination" - Doutrinação

     










 "Suas telas brilham como antigos trabalhos do norte da Europa.  Ele é um novo Antigo Mestre.." - Terry Gilliam (diretor cineasta)











   
"Bellum, TheSurvivor" - Bellum, O Sobrevivente











 "Judson Huss tem uma imaginação fantástica." - Ray Bradbury

"Return From Africa" - Retorno da África




"Fishing For Angels" - Pesca para Anjos








"Autumn" -  Outono






"The Word" - A Palavra




"The Sentinel" - A Sentinela



"The Last Bird"- O Último Pássaro



"Don Quixote"




"The Victor"- O Vitorioso





"Desert Rose" Rosa do Deserto





"The Honey Merchant" - O Mercador de Mel





"The Lotus Eater"- O Comedor de Lótus



"Two Dignitaries" - Dois Dignitários

(Definição de "Dignitário")

























"The Hawk and the Chicken"- O Falcão e o Frango









"Saint Michael" - São Miguel (sentando a porrada na capetada)





"After the Storm" - Após a Tempestade





"Sythe"
Sythe é o nome de um santo inglês ou uma outra forma de dizer foice em inglês





"Boticelli's Tomb" - A Tumba de Boticelli
Reparem como ele brinca com luz e sombra na cortina da cama e dá realismo ao tecido.





"The Trio" - O Trio




Não encontrei o nome dessa obra. Se alguém souber, essa informação será bem vinda.





"Natural History"- Historia Natural

Mais uma vez o jogo de sombras e luz dão volume as formas femininas da mulher (e a sujeira na sola do pé dela também. heheheh)





"Vanitas" 



E vocês? O que acharam das obras desse artista?


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sábado, 5 de outubro de 2013

Duplas Eletrônicas

              Ao contrario do que pensam alguns, não é só o mundo do sertanejo que esta cheia de duplas de sucesso. No mundo da música eletrônica também encontramos uma infinidade de duplas enchendo de musicalidade esse planeta.



               Sacou a idéia?

               A grande diferença entre o sertanejo e a eletrônica, e talvez por isso esse lance de duplas não seja tão conhecida no reino dos sintetizadores quanto no das violas, é que as duplas eletrônicas costumam dar nome de "bandas" ao invés de usarem seus próprios nomes.

               "Como assim?"

               Nome de dupla sertaneja é Leandro e Leonardo, Xitãozinho e Xororo, Milhionário e Zé Rico (sim, existe essa dupla, e algumas com nomes piores até)... Já as de eletrônica são Draft Punk, Syrian, Pet Shop Boys...

               Pois é. Resolvi jogar algumas dessas bandas, opa, duplas nos holofotes do blog. Apresentar material diferenciado que povoam nossa pagina inicial do facebook. As de hoje são todas de House, que é uma vertente de musica eletrônica mais digerível para o pessoal menos acostumado com esse estilo.





Pet Shop Boys





             Os Pet Shop Boys nasceram acidentalmente num encontro entre Neil Tennant (vocal, teclados e guitarra) e Chris Lowe (teclados e segunda voz) em uma loja de disco em Londres. De um bate-papo musical, os dois perceberam que tinham gostos parecidos e se tornaram amigos. Posteriormente criaram o Pet Shop Boys, nome tirado do fato que alguns amigo trabalhavam em lojas de bichos de estimação (pet shops).


            Eles tem tantos hits famosos e tantas músicas premiadas, que ficou difícil escolher. Decidi colocar uma que já não toca com tanta frequência nas rádios (pois algumas tocam todos os dias) e que por isso, ela nos relembra daquela época já meio distante na nossa lembrança.


             Só pra constar: Os Pet Shop já venderam mais de 50 Milhões de discos, são a dupla de maior sucesso do Reino Unido, 6 vezes indicados ao Grammy, desde 1985, estiveram cerca de 40 vezes no "Top 30 Singles" e umas 20 no "Top 10 Hits" no Reino Unido além de outras condecorações musicais.


            

Domino Dancing"










Draft Punk





            Thomas Banglter e Guy-Manuel de Homem-Christo (também achei estranho, mas ele é português. Nomes assim devem ser comuns por lá) se conheceram em 1987 numa escola em Paris. A dupla formou uma banda de \rock mas que durou pouco. Trocaram a guitarra por sintetizadores e formaram a Draft Punk, banda/duo/dupla que ficou mundialmente conhecida com o álbum "Discovery", um trabalho estilo synthpop, tendo a música "One More Time"seu maior hit.


             Sempre se apresentando com capacetes de robô, Draft Punk se firmou no mundo da música, sendo convidada para compor a trilha sonora de "Tron: O Legado", lançado em 2010. 

             A música que eu escolhi teve uma nova versão criada em parceria com Kayne West mais tarde (curiosidade: o clipe dessa versão teve suas cenas inspiradas em "Akira", animação japonesa estilo cyberpunk que já foi tema nesse blog. Confira ), aqui apresento a versão original. Espero que curtam.


"Harder, Better, Faster, Stronger"
(o clipe é uma animação chamada Interstella 5555: The 5tory of the 5ecret 5tar 5ystem, criada tempos depois do lançamento do Discovery, onde cada música do álbum é uma parte da historia.)









Eurythmics




            Eurythmics são uma dupla Inglesa contituida por Annie Lennos e David A. Stewar. Eles faziam parte de uma banda de rock chamada "The Tourists" que se separou em 1980. Eurithmics se formou no ano seguinte lançando seu primeiro álbum. Pode-se dizer que essa é uma daquelas bandas de uma música so (que me perdoem os fãs, mas a galera só conhece mesmo uma. hehhehehe)que é a faixa titulo do segundo álbum: "Sweet Dreams (Are Made This)", lançado em 83 (da minha idade. Ficando velho....). É um sucesso dos anos 80 e é tocada ate hoje em boates e festas, com várias e várias versões (como a do Marilyn Manson) e remixes. Com um estilo meio New wave (algo mais gótico) que era sucesso na época com Siouxssie and the Banshees, The Cure, e outras bandas, a música virou hit imediato estando no topo das paradas Britanicas e Estadounidenses.


              Pra relembrar esse clássico também.




"Sweet Dreams (Are Made This)"


Recomendo não ver o clipe junto porque a viagem do diretor tira um pouco o clima da música.













Tem coisa mais 80 que isso???




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domingo, 15 de setembro de 2013

Wachtman

              Um ano depois da minha ultima publicação eu retorno aqui para postar algo novo. Fiquei meio longe do pc, da net, Facebook, etc.. e para ser sincero ainda não to muito perto não. heheheh.


             Mas decidi tentar continuar esse projeto e retoma-lo da melhor forma que der. Espero ao menos atender as espectativas quanto a qualidade das publicações.


             Estava incerto sobre com o que recomeçar a publicar. Tem tantas coisas que eu posso falar, mas queria algo que fosse marcante, pelo menos que fosse marcante a mim. Lembrei que na minha primeira publicação falei de "O Cavaleiro das Trevas", a Grafic Novel de Frank Miller. Disse então que essa obra era, de certa forma, o início do divisor de aguas no conceito de HQs nos anos 80. Pois bem, achei que deveria então retomar com aquele que definitivamente conclui esse divisor: Watchman.








             Watchman é uma obra do "mago" Alan Moore (ele se intitulou assim. Talvez ate seja, porque no texto dessa Grafic Novel, ele faz magia....)  de   que a escreveu com uma inspiração única ao transformar os heróis de HQs em pessoas comuns, com medos, desejos, falhas de caráter, neuroses, libido, psicoses, conduta duvidosa para um "herói", ele realmente cria uma psicologia bem traçada para cada personagem que escreveu, criando uma especie caricatura terrível de heróis conhecidos como Batman, Capitao America, Super-homem.






A ideia: 

             Moore (V vingança, Monstro do Pantano, Do Inferno, Hellblazer, A Liga Extraordinária) havia sido contratado pela DC Comics para escrever um enredo com personagens recém adquiridos pela DC de outras companhias. Ele pretendia dar cara nova aos personagens conhecidos e seguir um rumo diferente na historia deles. O enredo começava com a morte de um dos personagens e seguia com o desdobramento da investigação. O projeto foi aprovado, porém a DC não queria ver seus personagem que acabaram de serem comprados morrendo logo na primeira historia e verem seu investimento na compra morrendo com eles. Foi sugerido a Moore então que ele usasse personagens inventados por ele (Assim eles podiam morrer o quanto ele quisesse. :-D ).


             De início Moore não gostou da idéia. Ele queria usar personagens conhecidos e utilizar dessa familiaridade dos leitores como um fator emocional. Mas então pensou que se ele descrevesse, e escrevesse, bem o bastante os personagens, poderia criar essa familiaridade e ligação com o leitor.


             Um tiro preciso do Sr Moore. Pois não só você passa a conhece-los como também cria os seus personagens favoritos e os detestáveis.


             David Gibbons (Juiz Dredd, Doctor Who, The Originals, Lanterna Verde) que já havia trabalhado com Moore em outros trabalhos anteriormente, se interessou pelo projeto, e junto com o colorista John Higgins, fecharam a equipe da obra.


A Trama:


             Como Moore havia idealizado desde o principio, a historia começa com a morte de um dos principais personagens, (de fato o principal personagem, sem ele nada da trama teria acontecido, nem antes, nem depois da sua morte) Comediante, um ex-combatente do crime que nos últimos anos ajudava o governo americano, que foi assassinado. A investigação de sua morte revela pouco a pouco quem ele era através das lembrança de seus companheiros, e claro, revela também sobre a personalidade dos próprios companheiros.


             Ambientada em um mundo fantasioso que flerta com a realidade, Watchman tem a premissa de imaginar como seria um mundo onde heróis fantasiados fossem reais e andassem pelas ruas combatendo o crime e como isso afetaria a historia real. E além, como a historia real, com guerras, fome, politica, afetaria os heróis.


             Moore escreve sobre um tema antigo, retirado de uma sátira de juvenal, que fala sobre duvidosa conduta dos oficiais da lei na roma antiga, que mais traziam rancor do que gratidão dos cidadãos a quem deviam proteger (parece familiar? tema atual, não?)  "Quis custodiet ipsos custodes" era a máxima da sátira, "Quem vigia os vigilantes" ("Who watches the watchmen?") é a tradução usada em Watchman, que é pichada nas paredes em protesto aos heróis. Heróis reais, pessoas de verdade que carregam consigo alem de mascaras, seus dramas e traumas para as ruas. Gerando essa visão nada apreciada pela população





             Watchman é única. Uma historia envolvente desde a primeira pagina. Moore brinca com a percepção do leitor, descrevendo em partes, como num quebra-cabeça, tudo que envolve a obra. Quem são os personagens, como é o mundo em que se passa, quem esta por trás do assassinato e qual é a moral dessa historia, ficando a cargo do leitor junta-las. Por vezes ele nos obriga a retornar la no começo e rever um trecho que demos pouca importância, só pra conferir se é aquilo mesmo q ele falou. 


             Diálogos rápidos e ácidos que acertam em cheio o amago de questões morais de nossa sociedade.


             E a moral dessa historia é que talvez vivemos num mundo sem moral, ou acima dela.  Watchman deixa a cargo do leitor interpretar a moral dela mesma. Podendo, entre tantas que a história deixa em seu desenrolar, escolher para si a que ele quiser: 


Leitura sempre recomendada.












Moore e Gibbons 







Logotipo da HQ

















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