sexta-feira, 12 de junho de 2020

Era Uma Vez Em Hollywood - Filmaço




          Já era para eu ter escrito isso há meses (quase um ano já), mas as coisas da vida (além da preguiça) me incapacitaram de dar a devida atenção ao blog nós últimos tempos.

          Assisti a essa pérola cinematográfica no cinema. No mesmo cinema que assisti a outra pérola: "Ela" (que eu já comentei aqui no blog). Sinto que dá sorte assistir filmes nesse lugar...

          Haverá quem discorde de mim, mas para mim, esse é o melhor filme de Tarantino desde Pulp Fiction e talvez até o melhor de todos (ainda não decidi. Preciso ver os 2 novamente).

          Se você é um cinéfilo então você tem que ver esse filme.

          Ele é uma homenagem as avessas ao cinema.

          "Como assim??"

          Vamos elogiar o filme primeiro antes de discutir isso...

          Pra começar, ele tem um dos mais belos e interessantes trabalhos de fotografia que eu já vi, porque a cada instante ela muda, e precisa mudar. Para ambientar o espectador no tema que se refere no momento. as vezes a mudança é intensa, outras muito sutil. Mas ela dá um clima ao que está se passando em tela. E você pode achar isso bobo, ou comum, mas entenda que eles não queriam apenas fazer uma alternância entre dois ambientes como em Matrix, entre dentro da matrix e fora; Queriam fazer alternância entre momentos e situações da época. Então em menos de 5 minutos (mera expressão, ok? Eu não marquei no relógio) você vê Leonardo DiCaprio numa fotografia de uma entrevista para a televisão, em outra num cena de seriado de ação da época, e depois passeando numa tarde ensolarada por Los Angeles. Fazem isso tão bem e de forma levemente exagerada que criam uma ideia cômica de tudo isso (que é a ideia geral do filme. Ele é uma comedia. "Como assim??" Vamos chegar lá...). Eles atingirem essa tão pretensiosa intenção faz com que o trabalho de fotografia receba aqui meus elogios e a sua indicação ao Oscar (não levou)



          As atuações, dignas de Oscar, deram mais uma indicação A DiCaprio e o prêmio a Brad Pitt. Margot Robbie (Arlequina) novamente mostra suas habilidades em cena, compondo e atuando uma personagem com tão pouco em texto. Mas são Pitt e DiCaprio quem roubam a cena. DiCaprio está impecável em cena, nos fazendo achar graça e se sensibilizar com as situações dos seus personagens, já que, como ele interpreta um ator, ele interpreta também os personagens de seu personagem.




         Mas o que realmente faz o filme ser o que é, são a direção e o roteiro. Tarantino simplesmente brinca com o publico manipulando ele o tempo todo (presta a atenção na cena que toca Mrs Robinson...). E ele faz isso praticamente até o último instante.

          "Era uma vez em Hollywood" é uma homenagem ao cinema, mas faz isso de uma forma própria, cômica. Já começa pelo nome, que é uma citação aos filmes de Sergio Leone: "Era Uma Vez no Oeste" (se nunca viu, ASSISTA) e "Era Uma Vez na América". Os filmes de Sergio Leone já haviam sido inspiração para Tarantino nos seus 2 filmes anteriores sobre o "velho oeste" (mas quem hoje em dia não se inspira em Leone para fazer filme Western?), "Django Livre" e "Os Oito Odiados". Tanto que Ennio Morricone, principal musico de Leone assina a trilha dos dois filmes. Além disso, o cinema spaguetti é mencionado no filme de Tarantino, e claro, com sarcasmo. Pois essa é a tal homenagem as avessas: Tarantino faz piada de tudo que era relacionado ao cinema em hollywood na época. Até Bruce Lee, tão prestigiado por Tarantino é zuado no filme. Que faz menções a diversos filmes clássicos e atores prestigiados então. (Posso estar errado, mas a cena em que Pitt vai ver como está o velho amigo faz menção a Psicose).


          Sobre o que se trata o filme? Sobre a historia de Rick Dalton (DiCaprio) e suas desventuras junto ao amigo e dublê Cliff Booth (Pitt) até atingir ao que considera seu ápice como ator. Resumidamente, é isso.

Rick Dalton em cena

          O filme pode ser tudo, menos sério. A prova é que a sala de cinema inteira passou pelo menos 50% do filme rindo. Se você vai (ou foi) ver o filme esperando um Pulp Fiction ou um Kill Bill... Vai ficar frustrado. Vá esperando assistir a uma aula de como é fazer cinema.

          Ou no minimo, vá esperando a assistir uma zuera do Tarantino.
          Filme sempre recomendado por aqui.

          Uma ressalva de ultima hora antes de um spoil, o filme mistura realidade e ficção, porque sem isso não teria como satirizar as coisas que acontecem. Procurem saber a respeito da "família Manson e Roman Polanski" para compreenderem a ideia de Tarantino no filme. (NÃO LEIAM a partir daqui)

         De modo que a ultima cena do filme é uma forma de "vingança", uma "desforra" fantasiosa para criar um certo alivio, uma reparação, na ideia de uma retaliação à uma das historias mais terríveis e brutais de Hollywood. Da mesma forma que ele faz no final de "Bastardos Inglórios".














Essa garotinha também manda bem















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