Já era para eu ter escrito isso há meses (quase um ano já), mas as coisas da vida (além da preguiça) me incapacitaram de dar a devida atenção ao blog nós últimos tempos.
Assisti a essa pérola cinematográfica no cinema. No mesmo cinema que assisti a outra pérola: "Ela" (que eu já comentei aqui no blog). Sinto que dá sorte assistir filmes nesse lugar...
Haverá quem discorde de mim, mas para mim, esse é o melhor filme de Tarantino desde Pulp Fiction e talvez até o melhor de todos (ainda não decidi. Preciso ver os 2 novamente).
Se você é um cinéfilo então você tem que ver esse filme.
Ele é uma homenagem as avessas ao cinema.
"Como assim??"
Vamos elogiar o filme primeiro antes de discutir isso...

As atuações, dignas de Oscar, deram mais uma indicação A DiCaprio e o prêmio a Brad Pitt. Margot Robbie (Arlequina) novamente mostra suas habilidades em cena, compondo e atuando uma personagem com tão pouco em texto. Mas são Pitt e DiCaprio quem roubam a cena. DiCaprio está impecável em cena, nos fazendo achar graça e se sensibilizar com as situações dos seus personagens, já que, como ele interpreta um ator, ele interpreta também os personagens de seu personagem.
Mas o que realmente faz o filme ser o que é, são a direção e o roteiro. Tarantino simplesmente brinca com o publico manipulando ele o tempo todo (presta a atenção na cena que toca Mrs Robinson...). E ele faz isso praticamente até o último instante.
"Era uma vez em Hollywood" é uma homenagem ao cinema, mas faz isso de uma forma própria, cômica. Já começa pelo nome, que é uma citação aos filmes de Sergio Leone: "Era Uma Vez no Oeste" (se nunca viu, ASSISTA) e "Era Uma Vez na América". Os filmes de Sergio Leone já haviam sido inspiração para Tarantino nos seus 2 filmes anteriores sobre o "velho oeste" (mas quem hoje em dia não se inspira em Leone para fazer filme Western?), "Django Livre" e "Os Oito Odiados". Tanto que Ennio Morricone, principal musico de Leone assina a trilha dos dois filmes. Além disso, o cinema spaguetti é mencionado no filme de Tarantino, e claro, com sarcasmo. Pois essa é a tal homenagem as avessas: Tarantino faz piada de tudo que era relacionado ao cinema em hollywood na época. Até Bruce Lee, tão prestigiado por Tarantino é zuado no filme. Que faz menções a diversos filmes clássicos e atores prestigiados então. (Posso estar errado, mas a cena em que Pitt vai ver como está o velho amigo faz menção a Psicose).
Sobre o que se trata o filme? Sobre a historia de Rick Dalton (DiCaprio) e suas desventuras junto ao amigo e dublê Cliff Booth (Pitt) até atingir ao que considera seu ápice como ator. Resumidamente, é isso.
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Rick Dalton em cena |
O filme pode ser tudo, menos sério. A prova é que a sala de cinema inteira passou pelo menos 50% do filme rindo. Se você vai (ou foi) ver o filme esperando um Pulp Fiction ou um Kill Bill... Vai ficar frustrado. Vá esperando assistir a uma aula de como é fazer cinema.
Ou no minimo, vá esperando a assistir uma zuera do Tarantino.
Filme sempre recomendado por aqui.
Uma ressalva de ultima hora antes de um spoil, o filme mistura realidade e ficção, porque sem isso não teria como satirizar as coisas que acontecem. Procurem saber a respeito da "família Manson e Roman Polanski" para compreenderem a ideia de Tarantino no filme. (NÃO LEIAM a partir daqui)
De modo que a ultima cena do filme é uma forma de "vingança", uma "desforra" fantasiosa para criar um certo alivio, uma reparação, na ideia de uma retaliação à uma das historias mais terríveis e brutais de Hollywood. Da mesma forma que ele faz no final de "Bastardos Inglórios".
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Essa garotinha também manda bem |
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